Experiências e comunicações fenomenológicas de camponeses e camponesas
aprendizagens constituídas entre território e linguagem
DOI:
https://doi.org/10.22483/2177-5796.2022v24id3967Palavras-chave:
território, aprendizagem, comunicação.Resumo
Esse texto busca refletir a consolidação na consciência camponesa à sua realidade rural, suas contradições a partir de comunicações com a realidade urbana, moderna e capitalista e sua crise em seu espaço e na própria mudança à cidade. Como esse camponês e camponês-urbanizado apreende com o seu corpo-próprio o mundo o qual vive, com os instrumentos com o qual trabalha e com o Outro. O objetivo deste trabalho é compreender este processo de apreensão de uma realidade que ambiguamente o afirma e que nega o próprio camponês fazendo este se auto negar, negando seu mundo, de sorte que este mundo perde o seu significado e, posteriormente, não se encontrando ou tendo dificuldade de se encontrar no mundo urbano/capitalista. A pesquisa, fundamentada na abordagem fenomenológica merleau-pontyana, utilizou-se também de pensadores como Giorgio Agamben e Milton Santos; dos conceitos de Clifford Geertz, ‘teia da vida’ e de Manuel Castells, em seu conceito de identidade. Pode-se constatar que o camponês enquanto seres-no/ao-mundo-com-os-outros-eus forma a sua identidade a partir de sua situação encarnada neste mundo campesino criando significações e intencionalidades; da mesma maneira a perca desta identidade, ameaçada pela desterritorialização da qual se situa nas mudanças de sua intenção significativa sobre este mundo.
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